5.8.14

questão de gosto.

Nessa vida de querer bem aos livros e de ler coisas boas e coisas ruins, nem sempre a gente acerta ou se identifica. Já aviso que depois deste post muitos de vocês me detestaram, mas a vida é assim, não se agrada todo mundo. E é justamente sobre isso que vou falar: livros que me agradam!
Há alguns anos venho tentando sempre ler clássicos ou livros de grandes mestres e de fato tenho me encantando bastante com alguns  (que se tornaram meus favoritos0, mas sei que muitos desses livros exigem uma carga emocional muito grande, são densos, sugam você e por isso entre um "No Caminho de Swann" e "A montanha mágica" é sempre bom ter um livro mais leve e de leitura mais "fácil" pra descansar um pouco. Acabei de indicar um a uma amiga querida e espero que ela goste, porque gostar é uma coisa tão pessoal e complexa. Eu por exemplo, não gosto do John Green. Sim, eu gostei de ler A culpa é das estrelas, inclusive Gus é um desses moços perigosos para mim, mas foi só isso. Não gostei do livro da Alasca e muito menos DO das dezenas de Katherine's. O Jonh entrou na minha lista de "escritores de um livro só" junto com a Clarice Lispector (dela eu só gosto de A hora da estrela). Pronto, essa é a hora que vocês me batem. Não gosto do John, nem da Clarice e só um pouco do Caio F. Tenho preconceito literário inabalável com o Nicholas Sparks, Martha Medeiros e talz e não curto muito esses livros com mais imagens que textos como os do Antônio e aquele pra destruir (gente não me conformo com essa história de destruir livro, que coisa mais nazista!). Isso não significa dizer que só gosto de Gabo, Tolstói e coisas mais "poucas-pessoas-leem". Por isso esse post! Queria dividir com vocês alguns autores  ( e livros!) que eu não esperava muito, li esse ano e me surpreendi e me apaixonei pelas histórias. Acho que são boas alternativas para uma leitura prazerosa. Como uma amiga disse, todo adolescente deveria ler esses livros.

1. Perdão Leonard Peacock, de Matthew Quick 



Como explicar a vocês que eu não gostava deste autor, apesar de não ter lido seu livro mais famoso - O lado bom da vida? Pois é. Eu não gostava. Até que li Leonard. Já falei dele no blog e não vou me alongar, quero apenas dizer: leiam esse livro. É maravilhoso. É triste. É intimamente realista. É comovente. É fofo. Você se apega aos personagens de um jeito que ai, nem sei explicar. Sei que o Leonard virou um desses personagens favoritos com lugar cativo no meu coração.
Resumo Básico: Leonard decide se suicidar com uma arma nazista no dia do seu aniversário e o acompanhamos nessa jornada enquanto ele presenteia quatro pessoas que importam a ele ao longo do dia, pessoas peculiares, encontros tocantes. A medida que acompanhamos Leo nos apegamos a ele e a todo o drama de sua breve vida. O legal é que o livro foge totalmente dos clichês. Adoro a menina que o Leo se interessa, ela é muito diferente de tudo o que é escrito até então e o velhinho que é o melhor amigo do Leo. E isso diz muito sobre a graça que esse livro é.

2. O Chamado do anjo - Guillaume Musso



Jennifer ficou tagarelando sem parar sobre o Musso, me indicou um outro livro dele, A garota de papel (que é MUITO bom), li e gostei. A questão é que tenho a péssima mania de querer ler mais livros de um autor que gostei. Daí encontrei em pdf, este bendito Chamado do Anjo, não gostei do título, achei meio esotérico e sei lá, nada contra esoterismo, mas definitivamente não é minha praia. Resolvi ler pois o autor estava em alta conta comigo depois das reviravoltas e sacadas dele em A garota de papel. Daí me deparo com uma história em que dois celulares são trocados e uma moça na França e um rapaz nos EUA ficam tentando achar um jeito de destrocar o aparelho, a questão é: a vida deles está mais entrelaçada do que os dois sonharam e não vou falar muito porque sou a rainha do spoillers (por isso quase nunca falo de livro aqui). 
O Musso me presenteou com esta história, tinha um misto de tudo e ele consegue ser totalmente imprevisível (ou pelo menos foi pra mim que quase não li Agatha Cristie), e me fez ler o livro todo de uma vez, eu queria saber o final já que na confusão dos telefones, Madeleine e Jonathan acabam entrando em questões de crime internacional, mentiras federais, viagens entre continentes e um pouquinho de amor. Adorei esse livro! Foi ele que me fez simpatizar para sempre com o Guillaume Musso que até então era um desconhecido. E eu super indico, é uma história muito boa.

3. O Palácio de Inverno de John Boyne



O John Boyne é aquele cara que escreveu O menino do pijama listrado e nos fez chorar. Sinceramente acho que ele é muito bom em duas coisas: fazer histórias em momentos críticos da HISTÓRIA e nos fazer chorar. Foi assim comigo e O Palácio de Inverno. Que livro lindo! Eu me senti na Rússia e na Inglaterra que são os lugares onde a história se passa. 
Vocês lembram da família imperal Romanov, a família do Czar russo antes da Revolução de 1917 e todos os seus dramas? Então, o Boyne nos propõe um olhar alternativo para toda a riqueza, beleza e os dramas que envolveram a última família imperial russa. Por medo de dar spoilers vou apenas dizer a vocês: leiam esse livro! É uma beleza. Faz bem. Os personagens, ah esses monstrinhos nos ganham o coração. E sim, chorei mais aqui do que com o Bruno e Samuel, pois o drama russo é um drama russo. Maravilhoso.

4. A garota que você deixou pra trás  de Jojo Moyes.



A Jojo conquistou meu coração. Foram três livros devorados em uma semana. Confesso que demorei mais em A última carta de amor, foi difícil pegar o fio da meada, mas isso foi um detalhe porque essa mulher é uma mestra na arte de livros bons. Sério! Impossível não chorar e aceitar o final de Como eu era antes de você (peloamordeDeus leiam esse livro!!). 
A garota que você deixou pra trás é o entrelaçamento de duas mulheres muitos diferentes e separadas por tempos históricos, de um lado Liv, viúva e meio deprê, de outro Sophie esperando o marido voltar da guerra e lutando para sobreviver. É um romance fabuloso. Digno de nota. Sofro horrores com a Sophie porque a acho incrível! A proatividade dela me deixa com um pouco de inveja e gosto muito da ambientação que a Jojo faz da França invadida pela Alemanha na guerra, é bem verossimilhante. Uma aula de História! E aí vem o oficial alemão que eu confesso que simpatizo (aimeuDeus eu simpatizo mesmo com ele!). E aí... não vou falar mais pois: spoilers.
De outro lado tem a Liv, que ama determinado quadro, se fechou pra vida e quando enfim resolve tomar as rédeas da vida, se vê no meio de um furacão judicial e sentimental. E nós leitores viajamos para a França e Inglaterra e nos angustiamos com essas duas mulheres. E é apaixonante! Eu achei. Talvez você odeio, mas eu adorei.

5. Eleanor&Park de Rainbow Rowell.



MeuDeusdoCéu!!! O que foi Eleanor e Park na minha vida?? Se eu fosse uma adolescente teria pirado ao ler esse livro, pintaria meu cabelo de vermelho e ia ler revistas em quadrinho dos X-man. Digo apenas isso.
Sabe quando você pressente que um livro é bom? Então, meu pressentimento estava correto e na verdade  minhas expectativas ficaram obsoletas diante dessa história. 
Para mim, Eleanor&Park é um livro sensitivo. Eu sentia as emoções descritas. Eu desintegrei junto com Eleanor quando Park pegou na sua mão. E sofri com eles na sua delicadeza e pequenas impossibilidades. Me senti desajeitada como a Eleanor. Foi uma experiência muito interessante. Eu vou escrever um post só sobre esse livro, por enquanto quero apenas dizer a vocês: por favor, deem uma chance a essa ruiva que se veste desajeitada e esse descendente de coreano que só veste preto! Sério. Muito sério. Esse livro é um novo fôlego nessa história de fazer livros adolescentes. Ele é um primor. Voltamos ao primeiro amor. A dor no estômago, a vergonha, a insegurança, as pequenas coisas como o olhar, o chegar perto. Aff, nem sei o que dizer porque estou morrendo de afeto aqui e com uma vontade louca de reler. John Green, falou que Eleanor&Park o lembrou de como é ser jovem e apaixonado por um livro, nisso eu concordo totalmente com ele.



2 !:

Mia Sodré disse...

Não li nenhum desses livros, mas sabe que me surpreendi ao ver esse tema - do texto - ao abrir seu blog porque ontem mesmo eu gravei um vídeo no meu vlog a respeito disso: preconceito literário de gente metida a culta que teima em dizer que livro DE VERDADE é só aquele cuja história é densa e reflexiva. E né? Que chatice isso.

Eu leio de tudo. Tenho uma paixão enorme por clássicos. Mas também tenho John Green na estante (ainda não li o Alasca, mas tá na estante e um dia eu chego lá; li o comecinho e achei meio blergh, mas gostei de ACEDE). Não sou muito chegada na Lispector também (eu tentei, mas...) e do CFA só li trechos, então não posso dizer muito a respeito. Mas sei que leio Meg Cabot SIM e muito gosto. Assim como tô lendo Tolstói agora mesmo e ó: que livro lindo é Ana Karênina.

Creio que a pessoa leitora precisa se dar chances de conhecer livros, autores, enfim: de ler. Não apenas por status social de pessoa culta - que baita bobagem isso -, mas sim por puro amor à literatura que, sendo densa ou divertida, não passa de entretenimento sempre (a não ser que seja técnica, mas aí é outro ramo, risos).

Gostei do seu post, guria.

Beijos! ;*

Eldinha disse...

Imaginei você de cabelo vermelho.kkk
Adorei o post. Beijos fofa *-*

Ailma Barros,
mais de mil perguntas sem resposta, muito prazer!

 
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