18.11.13

Fliporto and me.


Não preciso ficar aqui falando o quanto amo livros. Ou preciso?
Já passei por todas as fases: desde ler livros para adolescentes até ler os clássicos mais complexos (Beijos James Joyce!). Hoje tenho pouca paciência para livros e autores modinha e crio um bloqueio instantâneo quando vejo alguns autores sendo citados em facebook etc e tal. Sei que a culpa não são dos autores, mas enfim não consigo controlar. Por isso fico implorando mentalmente que meus autores favoritos não virem modinha e sejam só meus e de alguns poucos. Enfim.


Passei uma semana em Recife (minha capital que amo muito!) e me diverti de tantas formas inimagináveis. A  melhor diversão de todas as coisas foi descobrir que eu estaria na cidade em pelo menos dois dias da FLIPORTO - Festa Literária de Pernambuco. Eu estava em um hotel em Boa Viagem e a festa acontecia em Olinda que é  meio longe. No meu grupo de amigos ninguém queria rodar a cidade inteira só pra ir atrás de livros. Mas eu queria e sonhava com isso. Perturbei todo mundo pra ir comigo, ninguém quis. Fui só. E o tive uma das melhores experiências do ano. Na quinta a noite dia 14 estive na abertura do evento. A praça do Carmo em Olinda estava linda e a palestra de Pilar, mulher do Saramago, foi absolutamente incrível. Pelo menos para mim. Aquele lugar tinha uma áurea de sagrado. Um lugar cercado de livros e leitores, todos igualmente apaixonados e interessados pela graça da palavra escrita. ARMARIA! Valeu a pena demais. Fiquei pouco tempo. Na sexta (feriado) lá fui eu sozinha novamente, dessa vez de ônibus - sim, é muito bom sair de ônibus de Boa Viagem pra Olinda, você passa por alguns dos lugares mais bonitos do Recife - e tive uma tarde perfeita. Falta adjetivo para dizer da alegria que eu senti ao ver as tendas cheias de pessoas conversando com os escritores, vê as crianças em espaços lúdicos ao redor do lago ou embaixo das árvores lendo ou participando de contação de história. Foi mágico aquele cheiro excessivo de livro novo como se fosse um incenso próprio do local. Foi renovador ver tanta gente bonita ficando mais bonita enquanto enchia os braços de livros. Foi especial. Foi minha primeira vez na FLIPORTO, ano que vem vou novamente e ficarei todos os dias.  Agora sim me sinto uma leitora profissional.



Aprendi a refugiar-me por trás dos livros e tornar-me, como minha mãe e meu pai me chamava, "a professora distraída". Berravam comigo, mas eu não os ouvia". 


Estava lendo. Estava escrevendo. Estava a salvo".

(Erica Jong)

2 !:

LUCI ALVES disse...

Na próxima me leva! Me leva junto, please!!

Anônimo disse...

Acabei de escrever uma crônica sobre um escritor pedante que compareceu a Fliporto. Aqui em Salvador teve a Bienal, mas a Fliporto daí é infinitamente melhor que o evento literário daqui. Que bom que você se divertiu. Abraços.

Ailma Barros,
mais de mil perguntas sem resposta, muito prazer!

 
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