17.11.13

tempo


E há dias que é preciso silêncio. 
Na parte descascada da parede, nos bottons da mochila, nos passos a lugar nenhum. Tem dias que a alma cansa dos mesmos gritos, das mesmas falas repetidas, das mesmas dores e medos. E é preciso silêncio. Aquele silêncio reverente encontrado diante do mar no meio da noite. Aquele silêncio das viagens solitárias. Aquele silêncio necessário para ouvir a voz certa. E mudar de rumo ou continuar na mesma trilha com passos firmes.
Há dias que é preciso silêncio e viagem. Fim da monotonia e do desgaste atroz. Olhar outras coisas. Calar diante da beleza absurda das coisas diminutas. Silêncio para ouvir a Voz e sensibilidade para vê-lo nos detalhes da maré, naquelas pequenas folhas que insistem em nascer sem serem convidadas nos lugares mais inesperados. 
E voltar. Mais leve e mais atenta ao menor sinal da presença d"Ele e sentir que é tempo de contemplar e registrar o que se vê.

2 !:

Luís Monteiro disse...

E lindo. Simplesmente lindo. Todo mundo merece seu momento simples, cheio de silêncios, onde só o fato de estar na sua própria companhia basta.

Muito lindo esse texto moça.
Boa noite. Bjos

LUCI ALVES disse...

Quanta paz numa coisa só!

Ailma Barros,
mais de mil perguntas sem resposta, muito prazer!

 
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