17.7.13

Ahh o amor em 1700!

Ha ha ha! Está decretado! Ao mesmo tempo que amo Kafka e seus finais kafkianos, sou vidrada nos romances-obrigatoriamente-felizes dos 1700. Sério. Sou profundamente romântica quando se trata de torcer para que o casal fique junto, feliz e tornando o mundo um lugar melhor. Vai ver que é por isso que acho que só seria feliz sentimentalmente se eu fosse uma mocinha (inteligente-sabida e petulante - elas sempre são!) dos anos 1700 saída da imaginação de uma boa escritora inglesa da época.
Devo confessar que o que me atrai nessas histórias são os moços. Em geral eles são muito mal compreendidos em sua ações; as mocinhas os detestam de todo o seu coração ou os rejeitam ou os ignoram até que vão conhecendo que por trás do preconceito existe um cara absolutamente humano - justo - fantástico - maravilhoso - inglês (bônus!).
As minhas escritoras mais queridas do gênero são Jane Austen (óbvio!), a Elisabeth Gaskel (pelo fabuloso, extenso e atual Norte e Sul  ) e a Charlote Bronte (Jane Eyre fofa demais!).
As histórias seguem um mesmo enredo. Mocinha e bonitão se conhecem em circunstâncias desfavoráveis, discordam de alguma coisa, saem farpas. Ela o detesta no fundo do coração e o considera a pessoa mais desprezível do mundo. Ele se encanta.



Ao longo da narrativa, ela vai juntando mais razões para odiá-lo e ele tentando de um jeito desajeitado se aproximar. Ela dá o fora nele. Mas várias páginas e algumas revoravoltas, acontece uma situação (ou várias) em que ela acaba percebendo que se equivocou sobre ele. Começa a reunir uma série de acontecimentos que provam o valor do moço, se encanta, mas passou o momento e baba baby baby baba.
O certo é que depois de mil equívocos, silêncios, fofocas, os dois (para noooosssaaa alegriiiiiiiiiaaaaaaa!) resolvem se declarar. Temos assim um capítulo lindo onde a justiça, a sensatez, a bondade e a honra são aclamados. E ficamos com um sorriso torto de canto de boca porque eles findam juntos, felizes e ricos.

O que mais gosto nessas histórias é que as autoras não tem medo de explorar a personalidade dos personagens. Se pensarmos bem a primeira impressão que temos de Fitzwilliam Darcy ou de John Thorton é de gente absolutamente desagradável. Odiamos Anne Eliot ou o Edward Ferrars por sua fraqueza em abrir mão de seu amor para agradar outros. Depois vamos percebendo que há mais. Há qualidades formidáveis e muitos equívocos e interpretações tortas da atitude do outro. E até que nosso casal se entenda é necessário a construção de uma admiração mútua, humildade para reconhecer os próprios erros e julgamentos enviesados e a coragem de se dar a alguém que talvez não nos queira.
Acho que é jeito legal de mostrar o amor. Amor não é a atração fisica propiciada pela boa aparência, é mais uma atitude. É um movimento.
Enfim, o que me alivia é o compromisso dessas escritoras com o final feliz. Afinal, em algum lugar o amor tem que dá certo.
Ah... se vocês encontrarem um Mr. Darcy ou um Mr. Thorton, ou um Edward Ferrars, ou um Capitão Wentworth não se acanhem, mandem aqui pra casa!

1 !:

LUCI ALVES disse...

A era do amor perfeito!
Quem não queria um romance assim não é?!
Beautiful, Mi!!

Ailma Barros,
mais de mil perguntas sem resposta, muito prazer!

 
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