5.2.14

diga-me com quem andas




Corri para o SENHOR. Cansei, parei, respirei. Fiquei novamente atrás.
hoje percebo que preciso andar contigo. Como Elias e Enoque. Não correr atrás de Ti e sim andar. Conversar junto, trocar impressões ao longo do caminho, dividir segredos. Volta e meia me escorar no Teu braço que é mais forte que o meu.
Enoque andou contigo por 365 anos e não conheceu a morte. Porque contigo só há vida, e vida abundante. Tu vivificas o que está morto e traz novo fôlego até a ossos secos em vales desérticos! Enoque não conheceu a morte, eu também não quero conhecer; mesmo que ela esteja em tudo ao meu redor: na elasticidade se esvaindo de minha pele a cada novo olhar no espelho, nos cadernos antigos quando percebo quantos sonhos foram enterrados, nos pedaços de mim que morreram e viraram poeira, nas idas ao cemitério a cada partida de alguém querido.
Vivifica-me Senhor!
Faz-me andar contigo, na contramão. Faz-me andar contigo bem perto de maneira que quem estiver indo em outra direção observe o contentamento do meu rosto e descubra que essa estrada é melhor. Faz-me andar contigo em perfeição como Enoque. Faz-me parecer contigo, afinal tem um provérbio que diz: "dize-me com quem andas que te direi quem és".
Quero que me digam que eu sou Tua. Porque sou. Preciso talvez caminhar mais rápido até ajustar o meu passo ao Teu. Andar junto, no mesmo compasso, vendo as coisas sob o mesmo ângulo, tendo impressões parecidas. Se Enoque andou muitas milhas nos 365 anos, eu quero andar um milha a mais mesmo tendo apenas vinte e poucos anos...
Eu quero vida, eu quero andar contigo. E em consequência ser melhor para mim mesma e para quem estiver perto de mim, pois "se andarmos na luz, como Tu na luz está, temos comunhão uns com os outros".

Ailma Barros,
mais de mil perguntas sem resposta, muito prazer!

 
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