6.10.12

da luta não me retiro.




O problema da exclusão é uma das principais questões que não resolvemos e que nem as sociedades avançadas resolveram. Existem sociedades que alcançaram uma aceitável situação econômica, um aceitável nível de democracia, um aceitável nível de relativa igualdade entre as pessoas, no que se refere as condições de vida; mas onde o problema da exclusão não só não foi resolvido, mas foi sendo agravado. Isto não apenas em relação a questão do louco, mas inclui ainda a questão dos idosos, das crianças (...) Creio que quando, sem nenhuma questão de onipotência, afirmarmos que é necessário enfrentar prioritariamente a questão do hospital psiquiátrico, que colocamos o problema do manicômio em primeiro lugar, é porque é aí onde, pragmaticamente, tem lugar o processo de exclusão; a existência do manicômio é a confirmação, na fantasia das pessoas, da inevitabilidade desse estado das coisas, que é impossível lutar contra essa situação, que as coisas são assim e serão sempre igual. Existirá sempre a necessidade de um lugar para depositar as coisas que são rejeitadas, jogadas fora e que servem para que nos reconheçamos pela diferença? Este papel pedagógico, num sentido negativo, do hospital psiquiátrico é o que nós técnicos devemos por em discussão se não quisermos avaliar com nossas ações uma perversão que é política, científica, mas sobretudo, cultural.

Rotelli

Ailma Barros,
mais de mil perguntas sem resposta, muito prazer!

 
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