11.8.12

Tu sabes quem eu sou.


Feito da mais humilde matéria. Consciente da pouca utilidade. Armazenar água. Enfeitar?? Nunca! Só armazenar água. A mesma que pode minar através de mim e revelar toda a minha fragilidade. A mínima pancada e já não existo. Me torno caco. Volto ao pó e ao chão. Então porque em meio a tanta fragilidade, feiura e simplicidade fui escolhida pra guardar em mim os Teus tesouros? Que valor os teus olhos viram em mim que justificasse o depósito de teus tesouros em meu interior?
Não posso me orgulhar de quem sou. Nada sou. Continuo sendo barro, continuo sendo frágil, fácil de quebrar. Toda a excelência que porventura exista em mim, vem de Ti... Agora Tu me olhas dia e noite, logo eu que era esquecida em um canto empoeirado sinto o Teu olhar sobre mim a todo momento que sensação maravilhosa! Teus servos me vigiam dos males e das pessoas perversas. Ninguém entende porque tanto cuidado por um simples vaso. Ninguém entende porque Tu pagaste aquele valor exorbitante para me ter. O que a maioria não sabe é que todo o meu valor reside naquilo que puseste em mim. Teu nome, teu selo, teu olhar, teu cuidado, tua herança.
querido, se há defeito em mim (trincas, rugas, manchas) me quebra e me refaz mais forte, pois além de meu Rei és também meu Oleiro.

1 !:

Luís Monteiro disse...

Que texto moça. Tão bonito. Você romantiza as frases sem se torna-las clichês, e é lindo isso.
Encantei aqui. Bjws; • Sem Guarda-Chuvas •

Ailma Barros,
mais de mil perguntas sem resposta, muito prazer!

 
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